Vice-presidente da Caixa, Inês Magalhães defende diversificação no financiamento habitacional 

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26 de setembro de 2025

Um dos destaques do primeiro dia do Rio Construção Summit 2025, realizado no Píer Mauá, foi a participação de Inês Magalhães, vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, na mesa “Diálogo Público-Privado – Habitação como Política Pública: Financiamento, Parcerias e Impacto no Desenvolvimento das Cidades”, na Arena Firjan. À frente do Minha Casa Minha Vida, ela reforçou em entrevista, após o painel, o papel da Caixa como braço de implementação da política habitacional do governo federal. “A Caixa é uma ferramenta de implementação da política pública. Cabe a nós fazermos articulação com municípios, ser instrumento de financiamento dessa política”, afirmou.

Ao tratar das especificidades regionais, Inês citou o exemplo do Rio de Janeiro, onde a demanda habitacional vem migrando da Zona Oeste para a região do Porto Maravilha, hoje favorecida pela revisão do Plano Diretor. “É importante que tenhamos áreas para habitação de interesse social bem localizadas em territórios estruturados e que os planos diretores prevejam diversidade de usos”, disse. Ela ressaltou ainda: “Os 20 anos de experiência na implementação desses instrumentos mostram que os projetos de revitalização urbana bem-sucedidos sempre tiveram a diversidade como diretriz central.”

Inês também abordou as mudanças em discussão no Banco Central para o modelo de financiamento habitacional. “O que está sendo sinalizado é a transição desse modelo em que o peso da poupança é absoluto, ampliando gradualmente a participação da LCI como fonte de financiamento”, explicou, em referência às Letras de Crédito Imobiliário, títulos emitidos por bancos para captar recursos destinados ao setor. Segundo ela, “o FGTS deve continuar atendendo a baixa e média renda; a poupança, a classe média; e o mercado de capitais o alto padrão.”

Outro ponto central de sua fala foi o incentivo ao retrofit — processo de modernização e adaptação de edifícios existentes — como estratégia de requalificação urbana. “Sabemos que financiar obras de retrofit é diferente de financiar greenfield, que começa do zero. Se quisermos contribuir para a revitalização das áreas centrais, precisamos financiar empreendimentos no perfil do Minha Casa Minha Vida, não apenas para o alto padrão”, destacou.