Expansão do Porto Maravilha e urbanismo global marcam o segundo dia do Rio Construção Summit 2025

Crédito - Above Studios

26 de setembro de 2025

No segundo dia do Rio Construção Summit 2025, o Píer Mauá, no Rio de Janeiro, foi palco de debates estratégicos com especialistas nacionais e internacionais, que se reuniram para discutir o futuro das cidades e da indústria da construção. A programação reforçou o papel do setor como um motor de transformação econômica e social.

Confira abaixo os destaques da programação de 25/09.

Porto Maravilha: R$ 50 bilhões em vendas e expansão para São Cristóvão

O destaque do dia foi o anúncio de expansão do Porto Maravilha para o bairro de São Cristóvão. A proposta, apresentada pela Caixa durante o painel “Porto Maravilha: uma nova fronteira de oportunidades de negócios no Rio de Janeiro”, prevê a construção de mais de 100 mil unidades residenciais até 2064, com um potencial de movimentar R$ 50 bilhões em vendas e atrair 250 mil novos moradores. “O Brasil passou muitos anos pensando em criar novas fronteiras de ocupação onde o custo para o governo levar infraestrutura é maior, mas isso mudou”, afirmou o presidente da Caixa, Carlos Antonio Vieira Fernandes.

O presidente do Sinduscon-Rio, Claudio Hermolin, destacou o sucesso do projeto, que se consolidou como o maior processo de requalificação urbana do Brasil. Com mais de 12 mil unidades residenciais lançadas e 90% delas vendidas, o Porto Maravilha se tornou um vetor de crescimento para a cidade, com uma valorização de 73% no metro quadrado entre 2021 e 2025.

Raio-X da infraestrutura e lições de Medellín

A mesa sobre infraestrutura revelou dados preocupantes: o Brasil investe menos de 2,5% do PIB no setor, ocupando a 62ª posição entre 67 países em desenvolvimento. Para reverter o cenário, Paulo Coutinho, conselheiro do Sinicon, apontou a necessidade de dobrar os investimentos anuais. O debate também contou com a participação de Felipe Borim, superintendente do BNDES, e Cláudio Frischtak, sócio da Inter B Consultoria, que discutiram a diversificação das fontes de financiamento e a importância da reforma fiscal.

A conferência sobre Medellín trouxe um exemplo de sucesso global. O antropólogo e urbanista Santiago Uribe Rocha compartilhou a trajetória da cidade colombiana, que passou de um dos locais mais violentos do mundo para uma referência de inovação urbana. Uribe reforçou a importância de planejar as cidades a partir da escuta e da observação do cotidiano. “As cidades são livros lidos com os pés. Essa é uma metodologia que prefeitos e secretários começaram a desenvolver: caminhar pelas cidades para planejar melhor”, afirmou. 

Urbanismo global e habitação social

Na mesa “Múltiplos Urbanismos: Estratégias para as Metrópoles do Século 21”, o arquiteto e urbanista sul-coreano Eui-Sung Yi apresentou projetos globais de urbanização sustentável, incluindo a megacidade The Line, em desenvolvimento na Arábia Saudita, para debater os desafios de cidades de grande escala. O sócio-diretor da Morphosis Architects defendeu que a humildade e a colaboração com parceiros locais são essenciais para projetos urbanos complexos.

Já o debate sobre Habitação de Interesse Social (HIS) reforçou a importância das parcerias público-privadas. Representantes de Pernambuco e do Rio de Janeiro apresentaram programas de sucesso que buscam reduzir o déficit habitacional por meio de subsídios e colaboração entre governo e setor privado.

Participaram do encontro o diretor-geral da construtora Tenda, Alexandre Millen; o secretário de Habitação de Interesse Social do Estado do Rio de Janeiro, Bruno Dauaire; a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Pernambuco, Simone Benevides de Pinho Nunes; o presidente do Conselho Consultivo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Rodrigues Martins; e o diretor de Relações Institucionais da Plano & Plano, Rodrigo Wermelinger.

Transição energética em pauta

A agenda do dia também incluiu a mesa “Transição energética: financiamento, inovação e oportunidades para o setor produtivo”, em que foram discutidos os caminhos para impulsionar o setor elétrico brasileiro diante das transformações globais. A diretora do BNDES, Luciana Costa, destacou o potencial do Brasil para liderar a transição energética global, dadas a robustez do marco regulatório brasileiro e as condições climáticas favoráveis.

Também participaram do debate o diretor de Novos Negócios da ABEEólica, Marcello Nascimento Cabral da Costa; o coordenador da Força-Tarefa na ABSOLAR, Michel Sednaoui; o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Prado; e o gerente de Relações Governamentais na BMJ Consultores Associados, Leon Norking Rangel.

+ Confira nossa galeria de fotos do Rio Construção Summit 2025.

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O Rio Construção Summit 2025 continua nesta sexta-feira (26), no Armazém 3 do Píer Mauá, com uma programação de mesas-redondas, palestras e oficinas que prometem mais reflexões sobre o futuro da indústria da construção. O evento é gratuito, e a inscrição pode ser feita neste link.