Rio Construção Summit 2025 encerra 2ª edição com debates sobre data centers, grandes obras e Novo PAC

Crédito - Above Studios

26 de setembro de 2025

Após três dias de atividades, a 2ª edição do Rio Construção Summit 2025 chegou ao fim nesta sexta-feira (26), no Píer Mauá, no Rio de Janeiro. O maior encontro da construção na América Latina reuniu cerca de 10 mil participantes e totalizou 100 horas de debates gratuitos com 270 especialistas.

O último dia de programação reforçou a visão de futuro do setor, que deve receber R$ 189,1 bilhões em investimentos até 2026, com discussões sobre os impactos da transformação digital, as perspectivas do Novo PAC e a premiação das melhores iniciativas de sustentabilidade do estado.

Data centers: o Rio de Janeiro como fronteira global de tecnologia

Um dos grandes temas do dia foi a expansão da infraestrutura digital. Na mesa-redonda “Data Centers no Brasil: vantagens competitivas, incentivos e oportunidades para a construção”, especialistas destacaram que o Rio de Janeiro possui características únicas para atrair investimentos globais em tecnologia.

Osmar Lima, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, reforçou que a cidade busca disputar a primeira posição com as maiores cidades do mundo em atração de empreendimentos tecnológicos. Alessandro Lombardi, chairman da Elea Data Centers, afirmou que a Inteligência Artificial e a computação em nuvem impulsionam uma onda trilionária de investimentos, e que o Rio pode ser um motor global dessa mudança. Laís Tovar, superintendente de Experiência da Light, destacou que a extensa rede subterrânea da empresa de energia é um diferencial crucial para viabilizar projetos dessa escala.

Infraestrutura e PAC: oportunidades e equilíbrio

O debate sobre grandes obras de infraestrutura e o Novo PAC trouxe otimismo e reflexão. Na mesa “Grandes Obras de Infraestrutura: Inovação, Aspectos Regulatórios, Financiamento e Parcerias Nacionais e Internacionais”, Jorge Bastos, diretor-presidente da Infra S.A, celebrou os 30 anos do modelo de concessões brasileiro, consolidado como referência mundial e em um momento de alta atratividade internacional. O presidente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Mario William Esper, anunciou iniciativas importantes, como a criação de uma norma nacional única para cálculo de emissões de carbono e um projeto de certificação ESG para micro e pequenas empresas.

Na mesa “Novo PAC: Planejamento, Implementação, Status e Perspectivas”, Maurício Muniz, secretário especial do programa na Casa Civil, reforçou que o programa combina o planejamento público e privado, abrangendo não apenas infraestrutura econômica, mas setores sociais como educação e saúde. Nelson Barbosa, diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES, citou a expansão da transmissão de energia e o crescimento do Fundo Clima, que terá R$ 25 bilhões em 2026 para para projetos de adaptação e cidades mais resilientes.

O debate contou ainda com a participação de Roberto Figueiredo Guimarães, diretor de Economia e Planejamento da ABDIB, sob a moderação de Claudio Medeiros, presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada-Infraestrutura (Sinicon).

Modernização do setor de mineração

O debate sobre o novo Código de Mineração reuniu o 2º vice-presidente da Firjan e presidente do Fórum Setorial de Mineração da federação, Henrique Nora Junior; o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Henrique Moreira Sousa; o deputado federal (SP) e vice-presidente da Frente Parlamentar da Mineração, Arnaldo Jardim; e o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Fernando Azevedo e Silva. Nora destacou a especificidade da mineração no Rio de Janeiro, voltada à construção civil, e a necessidade de conciliar expansão urbana e pedreiras. 

Fernando Azevedo falou sobre a importância da previsibilidade regulatória e da adoção de padrões ESG para garantir competitividade e atrair novas tecnologias. Já Mauro Sousa destacou os avanços da agência na cooperação com estados e municípios. Ele também lembrou que cerca de 65% da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) é destinada a municípios mineradores. 

Prêmio Firjan celebra sustentabilidade e inovação

O encerramento oficial do evento foi marcado pela entrega do Prêmio Firjan de Sustentabilidade 2025, que reconheceu dez empresas fluminenses em sete categorias. O CEO da Carbon Zero, Carlos Alberto Tavares Ferreira, ressaltou que a premiação mostra que sustentabilidade, inovação e competitividade podem caminhar juntas. Os projetos premiados demonstraram um forte alinhamento com a Agenda 2030 da ONU, com a abordagem de temas como transição energética, reuso de água e proteção ambiental.

Confira os vencedores:

  • Merck (Água e Efluentes);
  • Vast Infraestrutura (Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos);
  • Porto Sudeste (Engajamento e Agenda 2030 dos ODS);
  • Reserva (Gestão de Impacto e Investimento Social);
  • SBM Offshore (Governança Corporativa);
  • Gás Verde – Biometano (Mudanças Climáticas e Transição Energética);
  • Casa da Moeda do Brasil (Resíduos Sólidos);
  • Receberam menções honrosas B. Braun, Petrobras e Iconic.

 

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